Garcia Lorca, poemas e canções de um revolucionário


Dia 28 de Agosto às 21 horas, o La Taberna Centro de Cultura Flamenca iráprestar uma homenagem ao Poeta, Dramaturgo, Músico e Desenhista. Federico Garcia Lorca, no mês da sua trágica morte ocorrida em 19 de Agosto de 1936. Na programação apresentaremos dois DVDs. de dança da Cia de Baile Flamenco Fátima Carretero, inspirados na obra do artista, e gravados durante as apresentações no Grande Teatro do Palácio das Artes.
AMARGO (uma sintesis dos poemas Romance Del Amargo e Canción de La Madre del Amargo) direção de Carlos Carretero e coreografias de Fátima Carretero e Arnaldo Alvarenga, trilha sonora de Enrique Morente.

BOLERO de Ravel (este balé tem como argumento dramático La Cogiday La Muerte, do livro Llanto por Ignacio Sanchez Mejias.)
Declamação de poesias com os atores Teo Lopes e Rafisa Canals.
Canções de Lorca, interpretadas por Rômulo Salobreña (violão clássico) e Allyson Henrique (oboé) Canções de Lorca dançadas por Aixa Carretero (solo) e Bia Reis, Lilian Castro,Lilian Kelly e Luana Varela.

Haverá alguns petiscos típicos de Granada a terra do Poeta, acompanhados de vinhos.
LOCAL:Centro de Cultura Flamenca La Taberna
Rua Antonio de Albuquerque, 290- Savassi
Telefax: 25159279

GARCIA LORCA

Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transferiu-se para Madrid, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova York, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas idéias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca voltou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão a sua homossexualidade. A caneta se calava, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta. Foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
Assim como muitos artistas - e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, suas obras foram consideradas clandestinas na Espanha.
Com o fim do regime, e a volta do país à democracia, finalmente sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes. Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.
(Imagem: Garcia Lorca visto pelo artista plástico Carlos Carreteiro)

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