Família de Kadafi vai ao Tribunal Penal Internacional questionar sua execução


Marcel Ceccaldi vai defender a família Kadafi

A família do ex-líder da Líbia Muamar Kadafi prepara-se para apresentar uma queixa formal contra a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ao TPI (Tribunal Penal Internacional). A família quer informações detalhadas sobre as circunstâncias da morte de Kadafi, ocorrida no último dia 20, por acreditar que ele foi executado. As informações são de Marcel Ceccaldi, um advogado francês que disse representar a família do ex-presidente.

Kadafi, de 69 anos, deixou Trípoli, a capital líbia, em agosto. Durante dias, seu paradeiro foi desconhecido pelos opositores que tomaram o poder do país norte-africano. No último dia 20, ele e o filho Mutassim foram capturados e mortos em Sirte – cidade natal do coronel, a 360 quilômetros da capital. Imagens feitas com celular mostraram que o ex-presidente foi capturado ainda vivo. Em seguida, outras imagens mostravam seu corpo e o de seu filho já sem vida.

O advogado Marcel Ceccaldi disse que a causa dessa morte se deve ao fato de que helicópteros da OTAN dispararam contra a coluna de veículos em que seguia Kadafi. "O homicídio voluntário é definido como um crime de guerra pelo Artigo 8 do Estatuto de Roma do TPI", acrescentou.

"O homicídio de Kadafi mostra que os estados-membros não tinham como objetivo proteger a população, mas derrubar o regime", disse o advogado. Segundo ele, a queixa deverá ter como alvo "os órgãos executivos da OTAN, que definiram as condições de intervenção na Líbia. A ação poderá chegar à responsabilidade dos chefes de Estado dos países que integram a entidade”.

Kadafi foi enterrado  terça-feira (25/10), cinco dias depois de sua morte, em local secreto no deserto da Líbia. Segundo o CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político militar no controle do país, Mutassim foi enterrado ao lado do pai. O governo provisório líbio nega a execução dos dois.

A ONU (Organização das Nações Unidas) e organizações não governamentais defenderam a investigação independente das circunstâncias das mortes de Kadafi e Mutassim. Um dos representantes do conselho, Mustafá Abdeljalil, disse que uma comissão local apurará o assunto.(Com a Opera Mundi)

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