ITABIRA PROMOVE NO DIA 27 SEMINÁRIO DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA




Darliéte Martins (*)

No dia 27 de outubro, das 8 às 17h30min, acontecerá no auditório da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi), o I Seminário de Prevenção à Violência.

Numa iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde de Itabira, através do Centro Viva Vida, o município e região voltarão seus olhos para o enfrentamento do fenômeno “violência” que tem se apresentado como um dos mais graves e importantes problemas de saúde pública.

Autoridades e a sociedade civil, bem como a rede de assistência às vítimas de violência estarão reunidas com o objetivo de debater e definir estratégias de intervenção para conter e tratar o problema hoje caracterizado como uma questão social que permeia nossa sociedade e tem produzido um incômodo tanto para a saúde como para a justiça.

O que é violência e como ela se manifesta?

Esta tem sido a pergunta de muitos pesquisadores sobre o assunto.

A violência é o uso excessivo da força, além do necessário ou esperado, é o comportamento exagerado de aplicação da força, da tirania, da opressão contra qualquer coisa ou pessoa. Caracteriza-se pela ação corrupta, impaciente e baseada na ira, que convence ou busca convencer o outro, através da agressão física ou psicológica que pode levar à morte, ou deixar sequelas e traumas irreparáveis.

A violência tem como objetivo destruir ou provocar danos. Muitas manifestações violentas relacionavam-se com tendências revolucionárias ou movimentos de independência e mudanças sociais, mas, na verdade, nem sempre ela se identifica com isto, manifestando-se de forma endêmica, contínua e destrutiva, de caráter coletivo ou individual. Essas manifestações são muito mais diversas do que se pode imaginar. A diversidade caracteriza-se pelo objetivo de cada comportamento violento, pelos meios utilizados e outras exterioridades.

A violência social não possui causas apenas individuais e diz respeito à luta entre grupos de interesses opostos. Os golpes de Estado, lutas da polícia contra traficantes e invasores de terras, a repressão do governo ou de seitas religiosas, são também exemplos deste tipo de violência.

O índice mundial de violência é assustador e muitos grupos, inclusive internacionais, têm se formado na tentativa de solucionar e trabalhar cada vez mais para diminuir sua incidência.

Alguns motivos, como a desigualdade social, miséria absoluta e educação punitiva são facilmente ligados a comportamentos violentos e muito provavelmente sejam causas desse tipo de conduta. É sabido que violência gera violência e o aumento desse problema parece ser gradativo, demandando o máximo de atenção e cuidado das autoridades constituídas.

É muito comum que a violência seja sentida dentro de casa contra cônjuges, companheiros, idosos e principalmente filhos menores de idade. A violência doméstica apresenta-se cada vez maior dentro dos lares refletindo altos índices de agressões e maus tratos que precisam ser denunciados às autoridades ou serviços competentes para que o problema seja tratado da melhor forma possível.

Muitas pessoas que sofrem de violência doméstica, no entanto têm medo de falar sobre o assunto ou de denunciar o agressor, pensando nas consequências desse ato. Esse medo tem fomentado cada vez mais a possibilidade de agressão e dificultado a ação da Saúde e da Justiça na prevenção e tratamento devido aos casos.

Violência: Brasil é o 6º no ranking mundial

O Mapa da Violência 2010 (do Instituto Sangari) realizou uma análise dos homicídios dolosos ocorridos no Brasil entre 1997 a 2007. Aqui se mata dolosamente (intencionalmente), em média, o equivalente a 46.565 pessoas por ano. Até 2003, o crescimento foi de 5% ao ano.

A taxa brasileira é de 24,5 homicídios dolosos por grupo de 100 mil habitantes. O Brasil, dessa forma, com mais de 10 homicídios por 100 mil habitantes, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) está no nível de violência epidêmica.

Ele ocupa o 6º lugar no ranking dos países mais violentos do mundo (atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala, Ilhas Virgens (EUA) e Venezuela), de acordo com os dados divulgados no Mapa da Violência 2010. Vivemos no Brasil uma guerra civil de todos contra todos.

A solução para o problema exige medidas mais profundas que combatam a desigualdade social e econômica assim como as maléficas causas da impunidade.

Para conduzir as políticas públicas de forma democrática e efetiva, movimentos e seminários como este precisam existir com o propósito de esclarecer a sociedade sobre a questão que invade sobremaneira a vida do agredido e do agressor, e gera na sociedade um clima de terror e inquietação.

É proposta deste Seminário tornar-se um espaço de reflexão reunindo as maiores autoridades sobre o assunto, em um momento ímpar de discussão, de troca de experiências e de práticas profissionais entre as instituições, na busca de alinhamento de conceitos à cerca do problema e seus efeitos, e dos protocolos de atendimento e de assistência às vítimas de violência em Itabira e região.

(*)   Darliéte Martins é jornalista

Em 25/10/2011

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