Os objetivos reais de Trump com o acordo de Cingapura

                                                                       
   

Nazanin Armanian, traduçom do Diário Liberdade

Rompe o acordo nuclear com o Irám, atingido após sete anos de árduas negociaçons, enquanto afirma que procura um pacto sobre as armas nucleares da Coreia do Norte (CN). O que é que pretende Trump, realmente?

"Fagam um trato ou os assassinamos", é o ultimato do presidente dos EUA aos mandatários do Irám e da Coreia do Norte, sendo traído polo subconsciente ao pôr o exemplo de Kadafi: Ou seja, o líder líbio" nom foi morto polos "rebeldes democratas", mas polos terroristas sob comando dos EUA?

1. A tática perseguida por Trump com ambos os países foi propor exigências impossíveis de cumprir para serem recusadas, provocando situaçons bélicas. Em palavras de John Bolton, "umha reuniom entre Trump e Kim é útil só porque inevitavelmente falharia, e depois os EUA poderiam avançar rapidamente para a seguinte fase, provavelmente um confronto militar". 

Estes profissionais da manipulaçom de consciências e de fazer "guerras preventivas", apresentam umha açom agressiva como justificada. É o que os EUA fez com Jugoslávia: Em fevereiro de 1999 recusou a proposta de Belgrado para iniciar conversas de paz, o regresso dos deslocados, e a formaçom de umha assembleia descentralizada para os povos. Mas Washington pretendia acabar com o último Estado socialista da Europa.

Impujo-lhe o "Acordo de Paz de Rambouillet", que convertia o país num feudo da NATO e, previa a separaçom do Kosovo, hoje a segunda base militar maior dos EUA. O mesmo se passou com o Afeganistám: Segundo Kabir Mohabbat, empresário contacto entre os EUA e Talibám, Mula Omar, ofereceu a entrega incondicional de Bin Laden e dos seuas lugartenentes ao Tribunal de Haia, à Uniom Europeia ou aos próprios EUA. No entanto, Bush delongou até o outubro de 2001, quando mandou 300.000 soldados a ocuparem o estratégico país, a pretexto do 11 de setembro. E acontece o mesmo com os palestinianos.

2. Os EUA recusárom a proposta sino-russa do "Duplo congelamento": de que Washington pare os seus exercícios militares na fronteira da Coreia do Norte e este em troca pare os seus testes nucleares e de mísseis.

3. Trump pede à Coreia do Norte que tenha umha "desnuclearizaçom completa, verificável e irreversível", que significa a destruiçom das armas nucleares e a eliminaçom do seu uránio armazenado e em troca... de nada. Se for bonzinho e cumprir, talvez umha vez desarmado mande levantar as multas, e lhes proporcione tecnologia, ajuda económica e a retirada das tropas da Coreia do Sul. Realmente pensa que os coreanos, que em 1953 perderam 13% da sua populaçom sob 32.000 toneladas de bombas de napalm dos EUA, e de fome e desespero, som suicidas ou estúpidos? 

Ao pôr o exemplo da "soluçom da Líbia" como a "pedagogia do terror", o próprio Trump mostra a qualidade da sua matéria cinzenta: Kadafi desistiu das armas químicas em 2003 e em 2011 o seu desarmado país foi arrasado sob toneladas de bombas da NATO. Também está a "liçom do Irám": embora renuncies ao teu programa nuclear e assines um acordo, podes ser drogado, a tua naçom submetida a duras multas e umha vez exausto, sepultar-te abaixo de cinzas e entulho.

Os verdadeiros objetivos de Trump com a Coreia do Norte

4. Impedir umha aproximaçom entre as duas coreias, e a sua possível reunificaçom. Que a Coreia do Sul tenha umha via direta de dialogar com o Norte resta a capacidade de pressom dos EUA contra a Coreia do Norte e debilita os seus planos bélicos. Foi um movimento audaz de Kim tentar separar a Coreia do Sulo dos EUA.

5. Trump pretende ser visto como "o grande estadista", preocupado com a paz mundial e merecedor (como Obama) de um Nobel, se calhar polos seus méritos em conseguir o monopólio das armas nucleares e ter o único a ter o direito do seu uso.

6. Intensificar a guerra económica contra a China, sob o nome de multas secundárias e depois do "fracasso das negociaçons".

7. Dominar o espaço de influência da China, embora o Sr. Xi faga todo o possível para evitar umha guerra ou umha Coreia unificada sob o controlo de Washington.

8. Ameaça a Coreia do Norte para intimidar a China e Rússia, para que aceitem multas mais severas contra este país (que prejudica as duas potências) impedindo umha guerra.

9. Agora que a China está a perder terreno político-económico nesta regiom, aumentar a presença militar dos EUA em Guam e construir novas bases militares na Coreia do Sul (pola empresa norte-americana Gilbane Federal de Concord que recebeu 133,4 milhons de dólares). Já veem, o simples anúncio de umha ameaça sobe os lucros das companhias de armas. A Rússia, por sua vez, exibirá os seus mísseis no Pacífico em resposta à exibiçom de THAAD na Coreia do Sul polos EUA.

10. Dixo Trump que tentar chegar a um acordo com a Coreia do Norte era "perder o tempo". O seu governo foi constituído para organizar grandes guerras. Entre as razons da cessaçom de Rex Tillerson (que estava em favor de dialogar com Irám e Coreia do Norte) foi pôr fim à diplomacia e entregar a política exterior ao Pentágono e à CIA.

11. É pouco provável hoje um ataque dos EUA contra Coreia do Norte, já que o seu é agredir os estados com umha considerável inferioridade militar, como a Jugoslávia, Afeganistám, Iémen, Iraque, Líbia ou Síria. Mas, a hipótese proposta por Gardiner Harris, no New york Times, é interessante: se morrerem 10.000 norte-americanos num ataque convencional da Coreia do Norte [referindo-se a um ataque de falsa bandeira!], a pressom do povo norte-americano seria: "Está na hora de eliminar esse tipo", e o conflito terminará numha guerra dentre 60 a 100 dias.

12. A prioridade de Trump é o Irám. Ninguém nos EUA está a pressioná-lo para "apagar do mapa" a Coreia do Norte, enquanto os lobbies pró israelitas e pró sauditas utilizam chantagem e suborno (em forma de contratos de armas, envelopes com dinheiro aos deputados, financiar a campanha eleitoral, etc.), para arrastar os EUA a umha guerra contra o Irám. E isso apesar de Tel Aviv também detestar a Coreia do Norte, porque Pyongyang nom reconhece o Estado israelita e polas suas relaçons com o Irám.

13. Conquanto umha guerra contra Coreia do Norte nom beneficie nengum país (até a Coreia do Sul e o Japom se oponhem), os que desejam conter o Irám, além de umha dezena de países árabes, Israel e Turquia, e o próprio EUA, onde os falcons continuam com o Projeto de Reconfigurar o Oriente Próximo para mudar o seu mapa, traçado há um século por outras potências imperialistas, Gram-Bretanha e França no Acordo Sykes-Picot. 

Hoje é o imperialismo norte-americano quem quer adaptá-lo às suas necessidades: criar mini-estados controláveis (se nom, terra queimada), para assim garantir a sua hegemonia militar sobre as reservas de hidrocarboneto de umha regiom que, além disso, é próxima da Rússia e da China. Washington julga que o custo da guerra com o Irám é menor do que umha contra Coreia do Norte.

14. É impossível que EUA abandone as suas ambiçons militares. Nom aceitará a demanda de Kim sobre a retirada total das tropas dos EUA da Coreia do Sul em troca de abandonar as suas armas. Segundo o general Paul Selva, vice-presidente do Estado Maior Conjunto, o Pentágono prepara-se para a guerra contra 4 + 1 ameaças: Irám, Rússia, Coreia do Norte, China, e o terrorismo.

15. Para umha mente como a Trump, marcada pelo “excecionalísimo norte-americano", há dous grupos de países: 1) EUA, que tem direito a dominar o mundo, e 2) os que devem ser submetidos por ele.

(Com o Diário Liberdade)

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