Esquerda comemora vitória no interior da França


As organizações de esquerda da França amanheceram hoje entre o júbilo e a reflexão a partir de sua vitória nas eleições cantonais, que retomaram seu domínio no interior do país.O Partido Socialista (PS), principal força de oposição, e outros agrupamentos de esquerda, dominam por ampla margem as representações regionais, departamentais e cantonais da França.

Entretanto, como ressaltou Francois Baroin, porta-voz do governo de Nicolás Sarkozy, em uma tentativa por minimizar o impacto das cantonais, nenhum desses estratos influi diretamente nas presidenciais de 2012.

Em qualquer caso, as próprias pesquisas revelam o contrário e assinalam que de dar nestes dias as eleições pelo novo mandato de cinco anos no Palácio Eliseé, Dominique Strauss-Kahn (PS) iria sem problemas ao segundo turno.Strauss-Kahn, atual diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), é provavelmente a figura dos socialistas nas próximas eleições internas.

Eventualmente se enfrentaria a Marine Le Pen, a agora líder da ultradireitista Frente Nacional (FN).Tudo, no entanto, deve passar por uma fase de análise profunda, porque o 56 por cento de abstenção a véspera reflete o esgotamento do eleitorado francês e a pouca credibilidade da classe política, segundo comentaristas de diversos meios.O irreverente eurodeputado e presidente do Partido de Esquerda, Jean Luc Melenchon, referiu-se em duros termos ao "circo da política" na França, e às manipulações grosseiras das estatísticas por parte do ministério do Interior.Para apagar às organizações mais pequenas e relativizar os resultados contra a UMP (de Sarkozy), apresentam agora percentagens de votos de "Diversos de direita ou de esquerda", para assim diluir a realidade, denunciou Melenchon.O saldo dos dois turnos das eleições cantonais francesas deixou ao PS com o 35,73 por cento de aceitação, seguido pela UMP com 20,21."Os cidadãos têm falado forte e claro. Comprometem-nos a mudar as coisas radicalmente nas presidenciais de 2012. É hoje o dever primeiro dos socialistas, da esquerda", declarou a líder do PS, Martine Aubry.

O PS, Europa Ecologia-Os Verdes, e os Partidos Comunista e de Esquerda, celebraram o sucesso individual e de conjunto, que acentuaram a impopularidade atual de Sarkozy.(Com a Prensa Latina)

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