Professores mantém greve


Está agendada para segunda-feira, às 9 horas, uma manifestação em frente ao sindicato patronal, o Sinep/MG (Rua Araguari, 644 - Barro Preto - BH). Uma aula pública com o tema Educação não é mercadoria será ministrada durante o ato. O Sinpro Minas também solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) a intermediação nas negociações. A reunião está marcada para terça-feira, às 10 horas.

SÓ 7,6%, NÃO

A categoria voltou a lotar o auditório da Faculdade de Medicina da UFMG, com centenas de professores, e recusou por unanimidade a contraproposta do sindicato patronal (Sinep/MG), que prevê reajuste de apenas 7,6%, pagamento dos dias parados e criação de uma comissão intersindical para discutir, até 30 de junho, os itens: mudança de data-base, seguro de vida, regulamentação da educação a distância, equiparação dos pisos da educação infantil e vigência da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Além disso, a garantia de salário não é retroativa a 1º de fevereiro e nada foi mencionado sobre a estabilidade dos que aderiram ao movimento.

REIVINDICAÇÕES

A contraproposta dos donos de escolas não contemplou a proposta apresentada pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT), que prevê reajuste de 8,13%, equiparação dos pisos da educação infantil a partir de fevereiro de 2012, renovação da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) retroativa a 1º de fevereiro, com vigência de dois anos (à exceção das cláusulas econômicas), reposição das aulas paralisadas, garantia de pagamento dos dias parados e de que não haverá demissões dos docentes que participaram do movimento (clique aqui e leia a proposta da SRT). Na assembleia, os docentes reafirmaram as reivindicações já aprovadas anteriormente (reajuste de 12%, equiparação dos pisos da educação infantil, regulamentação da educação a distância, mudança da data-base para 1º de abril, entre outros pontos), mas também aprovaram a proposta apresentada pela SRT como referência mínima de negociação. “A proposta da SRT estava distante daquilo que vínhamos reivindicando, mas a assembleia se mostrou disposta a tê-la como referência, com o objetivo de avançar nas negociações. Mas, para a nossa surpresa, os donos de escolas apresentaram uma contraproposta bem pior, com um índice menor e sem garantia em relação aos demais pontos. Deram uma prova categórica de intransigência. É uma atitude de desrespeito não só com os professores, mas também com a própria Superintendência Regional do Trabalho”, afirmou Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas. A paralisação, iniciada na quarta-feira, atinge integral ou parcialmente dezenas de escolas de Belo Horizonte, entre elas Marista Dom Silvério, Frei Orlando, Padre Eustáquio, Efigênia Vidigal, Colégio Batista, Imaculada, Libertas, Magnum (Nova Floresta), Nossa Senhora das Dores, Pio XII, Sagrado Coração de Maria, Izabela Hendrix, São José Operário, Escola da Serra, Padre Machado, Santa Dorotéia, Uni-BH, Fumec, Newton Paiva, Universo, Rubens Romanelli, entre outras.

COMISSÃO DE ÉTICA

Os professores também aprovaram por unanimidade a criação, pelo Sinpro Minas, de uma comissão de ética para apurar as denúncias de que professores de algumas escolas estariam substituindo os grevistas. Caso sejam comprovadas, as irregularidades podem resultar em sanções, como suspensão ou desfiliação, além das ações jurídicas cabíveis. LealdadeA assembleia elogiou a coragem da categoria e cobrou lealdade dos colegas que ainda não aderiram ao movimento (clique aqui e leia mais) . "Os professores têm uma missão muito maior que a de ensinar. A nossa profissão tem a tarefa de formar cidadãos", disse um docente. “Paulo Freire disse que lutar pelos direitos não é só um direito dos professores, mas um dever. A melhor aula que dei nesta semana foi justamente fora da sala de aula, pois foi uma lição de cidadania”, afirmou um professor. (Com o Sinprominas/Divulgação)

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