Unicef diz que 6 milhões de crianças morrem a cada ano por pobreza extrema

                                                                             
Relatório final da Unicef alerta ainda que risco a crianças é muito maior em países pobres do que nos ricos

Relatório adverte ainda que, apesar dos avanços, anualmente 238 mil mulheres morrem no parto e 58 milhões de crianças não têm acesso a escolas
      
A Unicef (Fundo para a Infância das Nações Unidas) publicou terça-feira (23/06) em Genebra um relatório intitulado "Progresso para a infância" advertindo que, apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, mais de 6 milhões de crianças morrem anualmente antes de completar cinco anos de idade devido a situações de extrema pobreza.

"Progresso para a infância: além das médias" é o nome completo do relatório final da Unicef sobre os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), que também indica que 289 mil mulheres morrem todos os anos durante o parto e que 58 milhões de meninos e meninas não estão matriculados na escola primária.

Ainda que expressivos, esses números supõem, no entanto, uma melhora em relação a 1990, pois o relatório conclui que a mortalidade entre crianças menores de 5 anos caiu mais de 50%, passando de 90 para 43 por cada mil nascidos vivos, e a mortalidade materna se reduziu em 45%.

Nesse período, cerca de 2,6 bilhões de pessoas obtiveram acesso a fontes melhores de água potável e o peso inferior ao normal e a desnutrição crônica entre as crianças menores de 5 anos diminuíram 42% e 41%, respectivamente.

Comunidade global

Segundo o Unicef, "a comunidade global pode fracassar na ajuda a milhões de menores se não tiver como foco as crianças mais pobres na agenda de desenvolvimento pós-2015".

O diretor-executivo da agência da ONU, Anthony Lake, afirmou que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ODMs, ajudaram o mundo a alcançar importantes progressos para as crianças. Mas ao mesmo tempo, Lake disse que os ODMs mostraram quantas crianças estão sendo deixadas para trás.

Diferença entre países ricos e pobres

Segundo o Fundo para a Infância, as disparidades entre os países deixaram as crianças mais pobres com o dobro do risco de morrer antes de completar cinco anos, em comparação com as mais ricas. O mesmo acontece para se atingir os padrões mínimos de aprendizado e leitura, onde as crianças mais pobres estão bem atrás das mais ricas.

O relatório alerta que se a comunidade internacional fracassar na ajuda a esses menores as consequências podem ser dramáticas. Como exemplo, o documento cita que até 2030 mais 68 milhões de crianças vão morrer de doenças que poderiam ser evitadas antes de completarem cinco anos.

Desnutrição

Os especialistas calculam também que 119 milhões de crianças vão sofrer de desnutrição crônica e 500 milhões vão fazer suas necessidades a "céu aberto", sem condições mínimas de higiene. O Fundo para a Infância diz que levará quase 100 anos para que todas as meninas das famílias mais pobres da África Subsaariana consigam completar a educação secundária.

No entanto, o relatório destaca avanços desde 1990. As taxas de crianças abaixo do peso e com desnutrição crônica caíram mais de 40%, o mesmo aconteceu com a mortalidade materna. Além disso, mais 2,6 bilhões tiveram acesso à água potável e 2,1 bilhões a saneamento básico.

O relatório cita ainda a redução da diferença entre os mais pobres e os mais ricos em seis indicadores analisados pelo Unicef. Essa evolução levou a ganhos na sobrevivência de crianças e na frequência escolar.

(*) Com informações da Agência Efe/Agência Brasil/Opera Mundi

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