Cuba, apesar do bloqueio



DIA 14 DE DEZEMBRO, TERÇA-FEIRA,

NA ABI - RIO DE JANEIRO

Cuba, fatos que falam por si

O livro Cuba, apesar do bloqueio, do jornalista Mário Augusto Jakobskind, será lançado no dia 14 de dezembro, terça-feira, a partir das 18h, na Associação Brasileira de Imprensa – ABI (Rua Araújo Porto Alegre, 71 – 11° andar, Rio de Janeiro). Essa é mais uma edição da BOOKLINK PUBLICAÇÕES (http://www.booklink.com.br/), e conta com o apoio da Associação Brasileira de Imprensa e da Lidador.
De acordo com o autor, a ideia de escrever Cuba, apesar do bloqueio se deve, sobretudo, ao fato de se tentar analisar o cerco midiático que a ilha caribenha sofre desde o início de sua revolução, antes mesmo da declaração de que o país optara pelo socialismo. Acompanhando os noticiários diários dos principais jornais do eixo Rio-São Paulo, Cuba só aparece como uma ditadura, como se o povo não tivesse o direito de escolher os seus dirigentes. Alguns veículos de imprensa chegam a se referir a Cuba como o país da “ditadura dos Castros”, em referência a Fidel e Raúl, o atual presidente.
Em termos jornalísticos há quase um total desconhecimento sobre o que acontece na ilha caribenha, para não falar em preconceito, e o noticiário de um modo geral se baseia em fontes que não têm interesse em mostrar os fatos como realmente são. É nesse sentido que o autor decidiu escrever o livro. Uma parte aborda os 25 anos da Revolução, ou seja, até 1984; e a outra relacionada aos últimos 26 anos, a partir de 1984, ano em que a revolução cubana completava 25 anos, quando Jakobskind lançava Apesar do bloqueio, um repórter carioca em Cuba. Além dos prefácios das edições cubana, uruguaia e da primeiração edição brasileira, os textos das orelhas são dos saudosos companheiros de viagem: Henfil e João Saldanha.
Em 2009, Mário Augusto Jakobskind lançou no Uruguai, pela Editora Tropicana, o livro Apesar do bloqueio, 50 anos de Revolução, em função do marco histórico representado pelo ano da comemoração. A edição que está sendo lançada pela BOOKLINK, foi totalmente revisada e atualizada pelo autor .
Para falar sobre Cuba, além de mostrar o cerco midiático, o autor lembra as previsões equivocadas de analistas ignorantes da realidade cubana que sobre o fim do regime em vigor na ilha caribenha depois da desintegração da URSS. Muitos desses analistas garantiam que o fim ocorreria em semanas ou meses. A realidade mostrou que as pitonisas falharam redondamente, como conta no livro Mário Augusto Jakobskind.
Uma linguagem acessível
Mais do que adjetivos, Cuba, apesar do bloqueio apresenta fatos que falam por si só, como, por exemplo, a participação do então presidente Fidel Castro num encontro de jornalistas latino-americanos, quando o dirigente máximo de Cuba mostrou o seu dom de jornalista. Seguindo na trilha de que mais valem fatos presenciados do que adjetivos, Jakobskind conta fatos relevantes da vida cotidiana de um país socialista que observou durante algumas estadas em Cuba. É o caso ocorrido, em 1987, na praia de Santa Maria Mayor, a poucos quilômetros de Alamar, quando o autor conheceu uma adolescente que portava um colar com uma imagem de San Lazaro, do qual ela era devota. Mostrou-se entusiasta de Fidel Castro e quando soube que Mario Augusto era brasileiro perguntou “quem era o comandante” do país do repórter. Como a resposta foi de que o Brasil não tinha propriamente um comandante, a adolescente disse que voltaria para casa, iria para a Igreja rezar para que "o seu país tenha um comandante".
Em uma retrospectiva sobre Cuba não poderia faltar a menção da batalha de Cuito Canavale, cujo resultado, segundo Nelson Mandela, que dispensa apresentação, representou o início do fim do odioso apartheid sul-africano. E nesta batalha histórica estiveram presentes milhares de militares cubanos, uma forma que os cubanos encontraram para se penitenciarem do passado de escravidão dos negros.
Os tempos difíceis do Período Especial também são lembrados neste livro, da mesma forma que fatos econômicos que marcaram profundamente Cuba e isso numa linguagem acessível a todos os públicos. Em suma, Cuba, apesar do bloqueio é uma vasta reportagem, com uma linguagem jornalística, que a mídia conservadora dos vários quadrantes latino-americanos se nega geralmente a fazer.

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