Marcha contra despejos


Em Belo Horizonte, começou, hoje, dia 10 de maio de 2010, dia do martírio do Padre Josimo Tavares, às 15 horas, a Marcha pela Paz contra os Despejos da Ocupação/Comunidade Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy, em direção ao Centro de Belo Horizonte para pressionar o Poder Público a negociar com as Comunidades ameaçadas de despejo na capital. Serão mais de 20 Km de caminhada pela construção do diálogo em busca de uma saída digna. Os marchantes, hoje, mais de 1.500 pessoas da Comunidade Dandara, dormirão no Colégio Sagrada Família, na Av. Catalão, Caiçara, Belo Horizonte. Amanhã, dia 11/05, às 6 horas da manhã retomarão a marcha até à Praça Raul Soares, onde chegarão por volta das 12 horas.
A Comunidade Dandara, no bairro Céu Azul, em Belo Horizonte (887 famílias) está prestes a testemunhar a derrubada pela Corte Superior do Tribunal de Justiça da liminar que lhe assegura a posse no imóvel. A Comunidade Camilo Torres, no Barreiro, BH (142 famílias) possui mandado de reintegração de posse já expedido desde o início de 2009, tanto a parte pública como a parte privada do terreno de 11 mil metros quadrados, terreno que estava abandonado e não cumpria a função social há décadas. O Novo Lajedo (aproximadamente 1000 famílias), comunidade vizinha da monstruosa operação urbana que a Prefeitura de BH pretende implantar na Mata do Isidoro, passando pelo Quilombo Mangueiras, que foi surpreendido recentemente com uma nova liminar de despejo, depois de mais de 10 anos de resistência na área. A Ocupação Irmã Dorothy, no Barreiro, BH, (132 famílias) tem a posse assegurada por decisão precária que pode ser derrubada a qualquer momento. Isso sem falar das inúmeras outras comunidades que vivem o drama da insegurança da posse, como as Torres Gêmeas no Bairro Santa Teresa, Ocupação Navantino Alves na área hospitalar, Comunidade Recanto UFMG na Av. Antônio Carlos etc.
São milhares e milhares de famílias que, tendo suas casas demolidas pela truculência dos tratores, irão aumentar ainda mais o insustentável déficit habitacional de Belo Horizonte, cidade que já ostenta o título de 13ª cidade mais desigual do mundo (ONU).
Diante da posição da Prefeitura de Belo Horizonte em não dialogar com as organizações e movimentos populares e tratar as ocupações como caso de polícia, vamos cobrar a imediata intervenção do Governo estadual, que também tem responsabilidade pela penúria em que vivem os sem-casa da capital mineira. Os governos municipais, estadual e federal estão sendo omissos no atendimento ao direito à moradia, prescrito na Constituição Federal.
Há mais de 20 anos, o Governo do Estado não constrói nenhuma unidade habitacional em Belo Horizonte. Por outro lado, o Programa Lares Gerais da COHAB, MG, que possui empreendimentos apenas fora da capital mineira, está suspenso desde 2008, sem cadastrar nenhuma família. Além disso, os compromissos assumidos pelo Governo do Estado com as famílias da antiga Ocupação do Cardio Minas (2003) não foram cumpridos até a presente data.
Por tudo isso, estamos em marcha ocupando as ruas de Belo Horizonte soltando um grito de paz contra as remoções forçadas. Somos sujeitos de direitos assegurados constitucionalmente e o despejo não nos cabe.
Convidamos apoiadores e apoiadoras, entidades e movimentos solidários à causa dos/as trabalhadores/as de periferia, as pessoas de boa vontade, para marcharem junto a nós por uma cidade onde caibam todos e todas!
- BRIGADAS POPULARES - - FÓRUM DE MORADIA DO BARREIRO -
Mais informações:
Irmã Rosário: cel.: 031 9241-9092
Joviano Gabriel Mayer: cel.: 031 8815-4120 / 9708-3048.
Frei Gilvander Moreira, cel.: 031 9296 3940

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