A violência grassa por aqui

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), revelou que nos países da América Latina foram registrados um dos piores índices de violência do mundo.
O relatório, que faz críticas às políticas públicas de vários países, retrata o resultado final de uma parceria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com o Escritório das Nações Unidas do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Segundo a comissão, no Caribe, por exemplo, a taxa é de 30 mortes por assassinato a cada 100 mil pessoas, enquanto na América do Sul o índice cai para 26 e na América Central, para 22. Segundo o relatório, em geral, os assassinatos atingem principalmente pessoas de baixa renda.
Enquanto isso, na Europa, a média é de 8,9 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. Os números diminuem na região do Sudeste Asiático, cuja taxa é de 5,8 homicídios, e nos países do Pacífico Ocidental, que registram um índice de 3,4 mortes.
No relatório, a comissão afirma que os números nas Américas preocupam ainda mais quando se observa que entre os mortos, em geral, estão jovens de 15 anos a 29 anos de idade. O estudo relata também que as mortes violentas provocam um impacto direto na economia, com uma variação entre 2% e 15% do Produto Interno Bruto (PIB) desses países.
Para os especialistas da OEA, os números negativos nas Américas se devem a uma junção de fatores, entre eles a de que a maioria dos países da região ainda sofre as consequências de longos períodos de governos ditatoriais, que davam menor importância aos temas relacionados a direitos humanos.
O relatório revela ainda que muitos dos países da América Latina não dispõem de forças de segurança adequadas nem aplicam ações eficientes para combater a violência. As análises estão no Relatório sobre a Segurança Cidadã e Direitos Humanos.
O relatório diz também que as políticas públicas “têm se mostrado ineficazes”, tendo sido adotadas sanções muito rígidas, menos garantias processuais, havendo casos de adolescentes serem julgados como se fossem adultos em meio a suspeitas de infrações. (Com o Pravda Rus/Antônio Carlos Lacerda/Divulgação)

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