Não tenho por hábito aceitar toda e qualquer homenagem, alimentando de forma insensata a fogueira de vaidades que se alastra sociedade afora feito erva daninha em lavoura malcuidada. Ou seja, guiado por minha visão crítica e avessa a bajulações inócuas, só abraço honrarias que tenham alguma coisa a ver comigo e com o meu trabalho literário.
Afinal, como todos sabem, medalhas, diplomas e troféus têm custo e, se assim é, cabe-me o discernimento de pagar por algo que seja ao menos legitimado pela luz do mérito.
No caso, o troféu Carlos Drummond de Andrade tem muito a ver com minha trajetória, pois em 1977 enviei correspondência ao Poeta Maior e dele recebi resposta incentivadora e gentil, que se encontra postada em meu livro "Cio de Vento", editado em 1987, e também em meu site (http://www.carlosluciogontijo.jor.br/), com uma foto de Drummond ao lado.
MANTRA DE DRUMMOND
Na vida a pedra é eterna senda comum
Cada um de nós herda a sua própria fenda
Mas em Itabira o Poeta Maior incomum
Entrelaçou mar na peneira de versos em corrente
E na renitência garimpeira de mineiro sozinho
Ensinou a gente a gotejar mantra de paciência
Sobre a dura consistência da pedra no caminho
Carlos Lúcio Gontijo
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