O ATAQUE HISTÉRICO QUE FAZ PERIGAR UM PAÍS

                       
Carlos Latuff/Opera Mundi

Félix López/Granma


HENRIQUE Capriles, candidato da oligarquia venezuelana e do imperialismo, perdeu duas disputas presidenciais em seis meses. A primeira, em 7 de outubro passado contra o gigante Chávez. A segunda, neste 14 de abril contra Nicolás Maduro. Sua mais recente vitória eleitoral ocorreu em 16 de dezembro de 2012, quando conquistou o goverrno de Miranda, com apenas 45.111 votos de diferença em relação ao adversário bolivariano Elías Jaua. Então, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) lhe pareceu um órgão justo, limpo e transparente.

Neste 14 de abril, Capriles perdeu para Nicolás Maduro por uma diferença de 234.935 votos (segundo tendência irreversível do primeiro boletim). E tal qual se vinha evidenciando em sua atitude prévia ao ato eleitoral, não aceita o resultado e convocou a um ataque de histeria nacional, com distúrbios, desordens, acusações e repúdio ao poder eleitoral, mentiras e campanhas de medo, deslegitimação do presidente eleito e repúdio à decisão popular majoritária, que nas últimas horas realizou despreciáveis atos de violência contra instalações de saúde, moradias, negócios, sedes políticas e outras.

Para não duvidar, os próximos dias e horas serão tensos na Venezuela. A atitude irresponsável do candidato perdedor e de seu comando, que recebem ordens e assessoria na embaixada ianque em Caracas, pretende criar um clímax similar ao de abril de 2002. Só que, desta vez, o alto comando da Força Armada Nacional Bolivariana está unido em torno ao povo e fiel a seu comandante-em-chefe; os bolivarianos estão mais organizados, o sistema nacional de meios públicos de comunicação é mais sólido e Nicolás, o presidente eleito, disse-lhes que é um homem de paz, mas que não permitirá que levem o país rumo ao precipício da violência.

O mal perdedor e seus mentores andam arremetendo contra o CNE. Exigem uma recontagem total de votos, demanda que os bolivarianos aceitam com a certeza de que sairão beneficiados ao serem somados os votos não automáticos, provenientes das regiões afastadas do país, onde o apoio à opção revolucionária é majoritário. Mas Capriles não pediu uma auditoria em paz. O ataque, com um roteiro tão bem desenhado como sua campanha, inclui a criação de uma cadeia de desestabilização, e em quaisquer desses cenários pode ocorrer um fato extraordinário que ponha em jogo a paz do país.

Lembremos hoje as novas modalidades de golpes de Estado que já foram testadas, com certo sucesso, em Honduras e Paraguai, e dizemos “certo sucesso” porque as respostas populares perante esses fatos e a reação continental também indicam a existência de uma nova modalidade de enfrentamento. Para os revolucionários bolivarianos está na hora do alerta, da paciência e da firmeza. Entretanto, o ataque opositor dissemina seu ódio de classes por toda a geografia venezuelana, o povo tem que unir-se mais em torno a Nicolás Maduro, o continuador da obra de Chávez.

Se a oposição venezuelana tivesse aprendido duma vez as regras do jogo democrático (essas com as que Chávez os derrotou 17 a 1), agora mesmo estariam administrando bem a alta participação dos que a apoiaram (uns 680 mil votos a mais que os obtidos em outubro de 2012), em vez de chamar à guerra. Capriles tem a responsabilidade de guiar e conduzir os que lhe deram seu voto, não de levá-los ao enfrentamento, como fizeram em 2002 para tomar de assalto o poder que perderam nas urnas.

Ao ser proclamado presidente pelo CNE, Nicolás Maduro lhes enviou uma clara mensagem: “Maioria é maioria e deve respeitar-se em democracia, não se podem buscar emboscadas, inventos para vulnerar a soberania popular (...); isso só tem um nome: golpismo”. E disso se trata esta história, o novo capítulo de um romance que tem como tema recorrente o golpe contínuo e o objetivo de derrocar a revolução por mal. Porque por bem (com os votos) perderam outra vez.(Com Pátria Latina)

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