11ª edição do Troféu Mulher IMPRENSA celebra o bom jornalismo em noite de festa

                                                                       
                                                               Crédito:Alf Ribeiro

Na noite da última segunda-feira (25/4), aconteceu a cerimônia de premiação da 11ª edição do Troféu Mulher IMPRENSA, realizada no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo (SP).

Foram mais de 81 mil votos registrados nas 17 categorias da premiação, que visam contemplar o trabalho da mulher nas redações brasileiras em suas mais diferentes variações.

As finalistas foram apontadas por meio da indicação espontânea de um júri de excelência, composto por cerca de 60 profissionais de relevância no mercado brasileiro. Coube a este júri apontar aquelas que tiveram destaque em sua área de atuação no ano de 2015.

Além das 17 vencedoras, o evento também entregou três prêmios especiais (hors concours/ madrinha da premiação e Troféu Mulher IMPRENSA de Contribuição ao Jornalismo) para Lucia Hippolito, Mônica Bergamo e Miriam Leitão, respectivamente.

Assessoria

A primeira a subir ao palco foi a jornalista Yara Peres, da CDN, vencedora da categoria "Assessora de comunicação - agência". Em seu discurso, ela ressaltou o momento de crise no país e como faz para manter o trabalho com a mesma qualidade, apesar das dificuldades.

"Em tempos bicudos, a energia quase falta. Mas descobri que a energia estava no lugar onde depositei, nos clientes, no clientes dos clientes e na equipe da CDN, que sabe compartilhar energia".

Na sequência, Malu Weber, da Votorantim Cimentos, que levou o prêmio "Assessora de Comunicação – Corporativa", destacou que a conquista só pôde acontecer devido ao trabalho em equipe. "Esse prêmio reforça a crença de que ninguém ganha nada sozinho".

Internet

Eliane Brum, colunista do El País Brasil, vencedora da categoria "Jornalista de Mídias Sociais", fez uma paródia da campanha “bela, recatada e do lar” para falar sobre o novo jornalismo feito sob o olhar feminino que surge no Brasil. A jornalista ainda destacou o momento histórico do país e o papel da imprensa em narrar esses acontecimentos. 

“Desde 2013, ficou claro que a crise da imprensa brasileira não é apenas do modelo de negócios, mas é também uma crise de credibilidade. Assim como os partidos políticos, a imprensa também passa por uma crise de representação, na medida em que parcelas da sociedade não se sentem representadas pela cobertura”. Para ela, é nesses momentos em que a mídia terá a oportunidade de mostrar como uma narrativa pode ser importante para a democracia.

A quarta vencedora a receber o Troféu foi Andrea Dip, da Agência Pública, que foi reconhecida como "Repórter de Site de Notícias". Ela dedicou o prêmio a todas as mulheres que cruzaram seu caminho em sua trajetória pela informação e reforçou a necessidade de manter o olhar atento para o conservadorismo crescente no país. "Dedico esse prêmio às mulheres que encontrei nessa minha caminhada, elas merecem isso. É um momento de muita atenção em meio a essa onda de conservadorismo que se aproxima", disse.

Rádio                                                          

As mineiras da rádio Itatiaia, Kátia Pereira e Edilene Lopes, ganhadoras das categorias "Âncora" e "Repórter de Rádio", respectivamente, enalteceram a possibilidade de ganhar de profissionais do eixo Rio-São Paulo, reforçando o trabalho da equipe da emissora de Minas Gerais. “Na Idade Média, diziam que as mulheres não tinham alma, mas, ao longo dos tempos, comprovamos que as mulheres têm alma e colocam alma no que fazem”, reforçou Kátia.

Denise Campos de Toledo, da Rádio Jovem Pan, que ganhou como "Comentarista ou Colunista de Rádio", também lembrou como é complicado informar o público em tempos de crise, de forma compreensível. Na opinião dela, vencer o Troféu neste momento é “um reconhecimento do meu trabalho por parte dos ouvintes, mostra que estamos no caminho certo".

Impresso

“Agradeço a todos que votaram em mim. Isso mostra que, mesmo em momento de crise, é possível fazer boas reportagens”, destacou Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, vencedora da categoria "Repórter de Jornal". Ela ainda agradeceu as mulheres que cruzaram sua vida e por não desistirem em meio a tantas dificuldades, o que demonstra a força feminina em meio às adversidades.

Já para Cristiane Barbieri, vencer a categoria "Repórter de Revista" foi uma surpresa, especialmente por trabalhar como freelancer e não estar ligada diretamente a um determinado veículo. Para ela, uma conquista como esta mostra que as repórteres são precisas e cuidadosas em seus trabalhos, comprovando que o jornalismo é, antes de tudo, uma profissão feminina.

Eliane Cantanhêde, de O Estado de S. Paulo, ganhou prêmio como melhor "Colunista de Jornalismo Impresso". Em sua fala, parabenizou os jornalistas brasileiros por conseguir enfrentar tantas crises — financeira, política, saúde, ambiental — e trabalhando muito. “A gente produz um jornalismo que nosso país tem que se orgulhar. Eu me orgulho muito da minha profissão”.

A fotojornalista Ana Carolina Fernandes relembrou a importância dos profissionais que buscam as notícias de fôlego. "Busco um jornalismo de grandes reportagens, para contar histórias com mais conteúdo e sem tanta pressa".

Vencedora como "Correspondente brasileira", Adriana Carranca, de O Estado de S. Paulo e O Globo, se mostrou surpresa por ser premiada apesar de ter deixado o jornalismo diário para se dedicar à cobertura de conflitos e direitos humanos. Isso demonstra que o leitor está atento ao trabalho dos profissionais, apesar desse novo rumo em sua carreira.

Shasta Darlington, da CNN, ganhadora na categoria "Correspondente estrangeira residente no Brasil", não pôde comparecer ao evento e foi representada por Eduardo Leite.

Vencedora como "Âncora de TV" pela quarta vez, Sandra Annenberg, da Rede Globo, fez um discurso lembrando como, apesar de maioria na população brasileira, as mulheres ainda são tratadas como minoria. “Queria dividir esse prêmio com todas as mulheres brasileiras. Nós somos, sim, maioria, 50,64%, mas ainda somos tratadas como minoria. Sempre me pergunto por quê? As mais vencedoras são as que sobrevivem a violência diária e eu me refiro a muitas mulheres”.

Sônia Blota, da Band, ganhou como melhor "Repórter de Telejornal". De Paris, mandou um vídeo agradecendo ao prêmio e disse que continuará buscando outros troféus.

Sheila Magalhães, da BandNews FM, vencedora da categoria "Diretora ou Editora de Redação", destacou que é sempre importante valorizar a mulher no mercado de trabalho. Em razão disso, agradeceu às mulheres que fazem diariamente um trabalho de qualidade na BandNews FM.

Homenageadas

A partir desta 11ª edição, as grandes vencedoras do Troféu Mulher IMPRENSA serão homenageadas com o status de hors concours. Sendo assim, aquelas profissionais que acumularam cinco troféus ou mais passarão a ser madrinhas da premiação e juradas cativas da categoria anteriormente disputada por elas. 

Além disso, o nome de cada homenageada constará no memorial do Troféu e fará parte da história de todas as premiações futuras. As duas primeiras a receberem o Troféu Mulher IMPRENSA Hors Concours foram as jornalistas Lucia Hippolito e Mônica Bergamo.

Miriam Leitão, vencedora do Troféu Mulher IMPRENSA de Contribuição ao Jornalismo, relembrou os percalços na carreira para pontuar seu amor pelo jornalismo. 

“Tenho 44 anos de vida profissional. Enfrentei todo tipo de problema, principalmente no começo. Fui demitida cinco vezes e fui constrangida e pedi demissão na sexta vez. Fui demitida por pressão política, assédio moral, assédio sexual. Quanto mais enfrentava problemas, mas tinha certeza de que essa era profissão que amava, que eu tinha escolhido e estava na profissão certa. Com o tempo vamos endurecendo. O meu amor pela profissão é maduro, sofrido e consolidado”, concluiu a jornalista. 

(Com o Portal Imprensa)

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