"Trocar Dilma por Temer é acender o estopim", diz o Partido Pátria Livre (antigo MR-8)

                                              


"Trocar Dilma por Temer é acender o estopim", diz PPL

4º Congresso do Partido Pátria Livre, realizado em São Paulo, convoca as forças políticas a lutar em defesa da verdadeira democracia: Eleições gerais já!

O Partido Pátria Livre (PPL) realizou no último final de semana o seu 4º Congresso Nacional com a presença de convidados e delegados de todo o Brasil. O Congresso debateu a situação do país, aprovou uma nova política para enfrentar a crise que se abate sobre o país e seu povo e elegeu um novo diretório nacional. 

A solenidade de abertura, ocorrida na sexta-feira (18) no Tênis Clube Paulista, na região central da capital, contou com a presença do vice-presidente nacional do PSB, Beto Albuquerque, do senador Randolfe Rodrigues, representando a direção da Rede Sustentabilidade, de Claudio Piteri, representando o PPS e do professor da USP e pesquisador, Ildo Sauer, além da vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento.

O presidente do PPL, Sérgio Rubens Torres, saudou os presentes e iniciou uma análise da situação do país. Ele assinalou que “o Brasil vive uma crise profunda”. Segundo ele, “o PT diz que isso ocorre porque tem uma crise mundial que pegou o país que estava bem”. “O partido do governo diz que não tem jeito e que ele fez o que foi possível”. “Já o PSDB diz que crise é causada porque o PT gastou demais, fez uma política populista, distribuiu dinheiro para o povo e com isso gerou uma situação de insolvência das finanças públicas. O PSDB diz que gastou-se muito mas não diz em que foi gasto”.

Sergio conclui que ambos estão errados. Segundo ele, a crise que começou nos países centrais, EUA e depois Europa e Japão, não necessariamente teria que arrastar o Brasil. Ele chamou a atenção para o fato de que as crises do campo imperialista, ou seja, da cabeça do sistema de dominação imperialista, são momentos que favorecem a luta dos países dependentes para se livrarem desta dominação imperialista.

CRISE

Para o presidente do PPL, se o centro da dominação está em crise, isso significa que eles estão mais fracos. Ele lembrou que eles ficam mais fracos, mas ao mesmo tempo ficam mais agressivos também. “Quando eles estão mais fracos, nós temos que avançar com nosso projeto de emancipação”, afirmou. Segundo ele o PT, apesar de um pequeno avanço no segundo mandato de Lula, bateu em retirada logo em seguida e assumiu o projeto neoliberal.

Segundo Sérgio, a crise foi produzida por uma política errada, uma política antinacional, que agravou a situação, mas que pode ser corrigida.

Para o PPL, a solução para a crise passará pela saída do poder destes traidores que são responsáveis pela crise. “Trocar Dilma por Temer é ascender o estopim”, ressaltou Sérgio ao se referir ao acordo entre PMDB e PSDB para o processo de impeachment.

O PPL aprovou a proposta de convocação de eleições gerais já, para tirar o país da crise. Em seguida ele apresentou o cinco pontos fundamentais para que o Brasil saia da crise e volte a crescer: - A redução dos juros e a retomada dos investimentos públicos, - a prioridade para as empresas genuinamente nacionais nos financiamentos e encomendas do Estado, - o aprofundamento da democracia, através da participação popular nos temas de interesse de toda a nação, - a ampliação do mercado interno com a retomada da política de recuperação do salário mínimo e a defesa da exclusividade da Petrobrás no pré-sal.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também saudou os presentes em nome da direção da Rede e de Marina Silva. Randolfe salientou a necessidade da ruptura “com a alternância de poder de governos lesa-pátria, primeiro os do PSDB e depois os do PT”. 

Ele denunciou a aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que em sua opinião, teve o apoio do governo Dilma, para “não só entregar o pré-sal para as multinacionais, mas a médio prazo entrega a própria Petrobrás”. Randolfe defendeu a convocação imediata de eleições para que o país possa sair da crise.

Vivaldo Barbosa, ex-deputado constituinte, eleito vice-presidente do PPL, chamou a atenção para a gravidade do momento vivido pelo país e da responsabilidade que recai sobre os brasileiros que lutam pelo Brasil. Vivaldo disse que o poder estabelecido está se desmanchando e que as forças que estão querendo tomar o seu lugar não trarão solução para o país. Ele chamou a militância a salvar o Brasil diante dessa situação que está se degradando. 

O também ex-deputado constituinte Uldurico Pinto, que, como Vivaldo se integrou na nova direção do PPL, se dirigiu aos militantes para conclamar a luta em defesa da Petrobrás, contra os ataques provocados pelos cartéis internos e externos e contra a corrupção que tomou conta do país.

Paulo Matos, presidente do PPL do Distrito Federal, celebrou a união de forças progressistas em prol do desenvolvimento do país. Segundo ele, este é o momento chave para apresentar uma nova proposta à sociedade, que tenha compromisso com o país e com o seu povo.

FUTURO

Beto Albuquerque (PSB) agradeceu o apoio do PPL à candidatura de Eduardo Campos na eleição de 2014. Ele ressaltou o papel que o partido cumpriu após o trágico acidente que levou Eduardo Campos para que a candidatura de Marina fosse viabilizada. Sabíamos que o que estava em jogo naquela eleição era o futuro do país.

 Era a substituição de um governo que deu as costas para os trabalhadores e para a nação. “A métrica no orçamento de um governo define o seu perfil”, lembrou. “Do orçamento de 2015, R$ 25 bilhões para o Bolsa família, o Minha Casa Minha Vida, o Minha Casa Melhor, Fies, Prouni, mais R$ 20 bilhões. R$ 501 bilhões gastos com juros fazendo a festa dos bancos, dos especuladores, daqueles que não produzem emprego, uns chupa-cabras do dinheiro público”, denunciou.

 “O que está em jogo é se esse país remunera o capital como fizeram os tucanos e petistas ou remunera a produção”. “Enquanto não resolvermos essa questão, a sociedade continuará sendo sugada”, alertou Beto.

O professor Ildo Sauer disse que acompanha há muito tempo o trabalho dos militantes do PPL. Ele afirmou que a crise está colocando um fim a um período iniciado com a Nova República de Tancredo. Ele lembrou que foi expulso do PT em 2007 quando não quis compactuar com a corrupção que começou a se ver na Petrobrás. 

E afirmou que os militantes do PPL estão sempre dispostos a lutar pelo Brasil em qualquer situação e que defendem sempre os instrumentos estratégicos de produção do país. Ildo disse que causou indignação ver o Lula se referir a um triplex como sendo um “triplex Minha Casa Minha Vida”. Ele questionou então se o que se oferece para o povo é indigno para um trabalhador. Ildo considerou uma infâmia as palavras de Lula a esse respeito.

Usaram também da palavra na solenidade de abertura, o redator chefe do jornal Hora do Povo, Carlos Lopes, o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas, a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento (PPL-BA), e outras lideranças presentes ao ato. Os debates prosseguiram por todo o fim de semana e culminaram no domingo com a eleição da nova direção do Partido Pátria Livre, presidido por Sérgio Rubens.

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